— Como? exclamou Pedrinho, arregalando os olhos. Como cruzou as pernas, se saci tem uma perna só?
— Ah, menino, mecê não imagina como saci é arteiro!... Tem uma perna só, sim, mas quando quer cruza as pernas como se tivesse duas! São coisas que só ele entende e ninguem pode explicar. Cruzou as pernas e começou tirar baforadas, uma atrás da outra, muito satisfeito da vida. Mas de repente, puff! aquele estouro e aquela fumaceira!... O saci deu tamanho pinote que foi parar lá longe, e saiu ventando pela janela fóra.
Pedrinho fez cara de quem não entende.
— Mas que puff foi esse? perguntou. Não estou entendendo...
— E´ que eu tinha socado polvora no fundo do pito, exclamou tio Barnabé, dando uma risada gostosa. A polvora explodiu justamente quando ele estava tirando a fumaçada numero sete, e o saci, com a cara toda sapecada, raspou-se para nunca mais voltar.
— Que pena! exclamou Pedrinho. Tanta vontade que eu tinha de conhecer esse saci...
— Mas não ha um só saci no mundo, menino. Esse lá se foi e nunca mais aparece por estas bandas, mas quantos outros não andam por aí? Ainda na semana passada apareceu um no pasto