O SACI
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— E voltou? inquiriu Pedrinho.
— Como não? Na sexta-feira seguinte apareceu aqui outra vez, ás mesmas horas. Espiou da janela, ouviu os meus roncos fingidos, pulou para dentro. Remexeu em tudo, como da primeira vez, e depois foi atrás do pito que eu tinha guardado no mesmo lugar. Pôs o pito na boca e foi ao fogão buscar uma brasinha, que trouxe dansando nas mãos. — E´ verdade que ele tem as mãos furadas?
— E´, sim. Tem as mãos furadinhas bem no centro da palma; quando carrega brasa vem brincando com ela, fazendo ela passar de uma para a outra mão pelo furo. Trouxe a brasa, pôs a brasa no pito e sentou-se de pernas cruzadas para fumar com todo o seu sossego.