<span class="dropinitial" style="float:left; line-height:1.2em; font-size:MONTEIRO LOBATOem; margin-top:Erro de expressão: Palavra "monteiro" não reconhecidaem; margin-right:0.1em; margin-bottom:0em; margin-left:0em; vertical-align:top; text-indent:0;">50
— Nada disso, contestou o saci. A Iára não é boa, nem má. E´ indiferente. Só quer uma coisa: beleza. Tudo que tem beleza está com ela, embora seja mau, isso não importa. As flores venenosas estão do lado dela só porque têm beleza.
— E do lado da Cuca está tudo quanto é feio, não é assim? sugeriu Pedrinho.
— Isso mesmo. O partido da Cuca é o partido da feiura. Os sapos, os lagartos, os jacarés, as corujas, as borbole- tas pretas, os insetos cascudos e de côres escuras, as palmeiras espinhentas, os vermes de pau podre, os pantanos de aguas verdes e gosmentas — e lá entre os homens as mulheres feias e malvadas, que batem nas crianças, as madrastas, os traidores, as “pestes”, em suma.
— Não sabia, disse Pedrinho, que nós homens tambem estavamos alistados nesses partidos.
— Estão, sim, sem o saber. Dona Benta, por exemplo, pertence ao partido da Iára, porque apesar de velha é muito “bela” de coração.