— "Cachorro! exclamou espumando de raiva. Você vai ter o castigo que merece".
O dito, o feito. Agarrou o negrinho, amarrou-o pelos pés com a ponta do laço e depois de bater nele com o cabo do relho até cansar, teve uma ideia diabolica: bota-lo num formigueiro para ser devorado vivo pelas formigas.
Assim fez. Arrastou-o para um sitio onde existia um enorme formigueiro de formigas carnivoras, arrancou as roupas do coitadinho e deixou-o amarrado lá.
No dia seguinte foi ver a vitima, com a ideia de continuar o castigo, caso o grande criminoso não estivesse morto e bem morto. Chegando ao formigueiro, levou um grande susto. Em vez do negrinho viu uma nuvem que se erguia da terra e logo se sumiu nos ares.
A noticia desse acontecimento correu mundo. Os homens daquelas bandas começaram a considerar o negrinho como um martir que tinha ido direito para o ceu.
Com o tempo virou um verdadeiro santo. Quem quer qualquer coisa, na campanha do Rio Grande, antes de pedi-la a Santo Antonio ou a outro santo qualquer, pede logo ao Negrinho do Pastorejo.
— E ele faz?
— Está claro que faz — sempre que pode. Como sofreu muito, sabe avaliar os apertos dos outros e ajuda-os no mais possivel.
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