— Aquela coruja está me chamando. Está dando sinal de que aconteceu qualquer coisa lá no sitio de dona Benta. Tenho de ir ver o que é.
— E vai deixar-me sozinho aqui? murmurou o menino de dentro do seu esconderijo, procurando dominar o medo que ia chegando. Com o saci ao lado, sentia-se seguro; mas ficar, por minutos que fosse, entregue a si proprio, naquela mata cheia de misterios e inda mais naquela hora sinistra da meia-noite, era duro de roer. Pedrinho, entretanto, dominou-se e disse, fazendo das tripas o coração:
— Pois vá, mas não se demore muito porque... porque gosto muito da sua prosa, ouviu?
Dando uma risadinha de quem compreendia perfeitamente o que se passava dentro do seu companheiro, o saci foi falar com a coruja.
Minutos depois regressou, visivelmente inquieto. Percebendo a mudança, Pedrinho indagou ansioso: