Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/163

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por engano desviar-se do caminho e precipitar-se no boqueirão; tanto mais quanto esse cavaleiro era um homem nascido e criado naqueles lugares, conhecendo perfeitamente a lagoa e os arredores.

Além de que na tradição do fato havia muito de vago e incerto. Notavam-se lacunas, que de ordinário procuravam preencher com suposições e conjeturas mais ou menos inverossímeis. Mário por vezes havia insistido com as pessoas que se diziam mais informadas da catástrofe; e nenhuma o satisfizera, nem mesmo Benedito, talvez de todos o que mais sabia, porém o que mais reservado se mostrava.

Uma circunstância ocorreu, que deixou no espírito do menino terrível suspeita.

Tempos depois da catástrofe, veio à fazenda um irmão de D. Francisca, morador na Estrela, onde era procurador de causas e meio rábula. A viúva lhe escrevera por vezes insistindo sobre a necessidade que tinha de falar-lhe. O Sr. Juvêncio levara dois anos a resolver-se: mas afinal sempre fez a prometida visita.

Mário tinha então sete anos, e assistiu a uma parte da conferência dos dois irmãos, que vendo-