Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/34

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— Ora!... Deixe trepar, não faz mal! É filha de barão... não cai... tem muito dinheiro!...

Alice foi obrigada a renunciar a seu projeto e resignou-se a comer as uvas tiradas pelo pajem, o que as tornou muito menos gostosa.

Há nada para uma criança que se compare ao prazer de saborear uma fruta adubada com o sainete da travessura?

A travessura é a pimenta-do-reino, que os meninos deitam em seu melão, esse pepino doce, essa indigestão natural que a terra, mãe carinhosa, tem o cuidado de preparar para os estômagos desejosos de emoções fortes.

Eu comparo o estômago que digere um melão, ao Hércules da mitologia esmagando a hidra de Lerna; ao célebre caçador goiano que estrangulou um tigre com as mãos; e a meu patrício Capitão-Mor Filgueiras, esse herói das lendas cearenses, que abatia um touro com um murro: trazia um canhão por bacamarte, e finalmente suspendia o seu possante cavalo agarrando-se a um galho de gameleira com os pés traçados por baixo da barriga da animal.

Era justamente um melão que Alice lobrigara