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Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/74

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quando viu que a rainha não voltava, ficou desconsolado e triste de sua vida; mas havia na corte gente malfazeja que começou a espalhar certas cousas: que a rainha se tinha namorado de um príncipe do mar, muito bem parecido. Como as cousas más sempre se acreditam, o rei desesperado quis vingar-se, e casou-se com outra princesa, que estava muito longe da primeira. A madrasta, toda cheia de si, logo mandou o príncipe, filho da princesa das águas, para a cozinha, como se fosse um criado.

“Um dia que o príncipe vinha, todo sujo de carvão, carregando lenha do mato, encontrou com a princesa do mar que chegava: ele não sabia quem era, ainda que ficou abismado com sua beleza; mas ela o reconheceu e abraçou chorando.

“Então soube o que se tinha passado; e sem querer mais ver o ingrato que a tinha esquecido, sumiu-se com o filho de seu coração no fundo do mar. Por sua ordem as águas começaram a subir, a subir, e afogaram o palácio, o rei, a nova rainha, e todos que tinham dito mal dela.

“De tempos em tempos ela vem à terra para afogar a gente, e todo o menino que entra