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Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/92

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Tal era o sítio que uma tradição de família cercava de tão supersticioso terror. Seu aspecto, embora ressumbrasse doce melancolia, era tão sereno e plácido, que estava bem longe de justificar a má reputação.

Desde muito tempo Alice, curiosa como toda a criança, desejava ardentemente ver esse lugar que parecia-lhe prender-se estreitamente à existência de sua família; pois embora de ordinário se evitasse falar do Boqueirão, o fato é que estava sua lembrança viva sempre no espírito das pessoas que a rodeavam.

Por diversas vezes, vindo à casa de sua vovó preta, a menina cogitara meios de esquivar-se furtivamente e satisfazer sua curiosidade. Ela induzira de certas palavras ouvidas casualmente, que da cabana havia uma passagem, por onde Benedito descia à lagoa para “banzar sobre a morte de seu senhor moço”. Assim dizia a Chica. Anteriormente, brincando no terreiro de sua vovó preta, a menina tinha reparado na abertura da rocha.

Naquele dia pareceu-lhe favorável o ensejo. A tia Chica estava presa à cama e não podia como costumava segui-la por toda a parte; Benedito saíra com Mário