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Página:O Tronco do Ipê (Volume I).djvu/96

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miragem. Mas resistiu apoiando fortemente os braços sobre a pedra.

Não ouvia mais nada, nem se apercebia do lugar em que estava. O lago, o rochedo, as plantas, tudo desaparecera, ou antes se transformara em um palácio resplandecente de pedrarias. No centro elevava-se um trono que tinha a forma de um nenúfar do lago; mas era de nácar e ouro. Aí sentada em coxins de seda, a moça abria os braços para apertá-la ao seio.

A menina teve um estremecimento de prazer. Hesitou contudo por um melindre de pejo; mas o vulto de Mário perpassou nos longes daquela miragem arrebatadora; e a moça do lago outra vez sorriu-lhe, através daquela imagem querida. Então, Alice, atraída pelo encanto, foi se embeber naquele sorriso como uma folha de rosa banhando-se no cálice do lírio que a noite enchera de orvalho.

Ouviu-se um soluço da onda, e um ai sentido. O soluço expirou ali mesmo, sopitado pela voragem que se abria. O gemido repercutido pelas fragas foi derramar a aflição na cabana.

Na desgraça que acabava de suceder, nada havia