pelo assombro que lhe causaram os modos estranhos de Mário, a menina perdia-se em conjeturas sobre a razão dessa brusca mudança. Teria o moço levado a mal que ela chamasse o Frederico para segurar as flores junto de si?
Na esperança de apagar do espírito do moço aquela sombra de ressentimento, qual fosse a causa, a menina fazendo uma volta pelos alegretes do jardim, aproximou-se hesitando do banco onde estava Adélia sentada.
A filha de D. Luíza que fazia os últimos gastos da conversa animada que tivera com Mário, continuou sem interromper-se, ou porque não se apercebesse da presença da amiga, ou por não recear-se de ser ouvida.
— Já vai? perguntava ela com certa inflexão entre carinhosa e zombeteira, cheirando uma rosa que tirou do decote.
— Se me demorar mais tempo, pode haver alguma catástrofe, respondeu Mário sorrindo. Felizmente não está admitido entre nós o uso do duelo, o grande recurso dos romancistas, senão podia gabar-se de ter neste quarto de hora arranjado uns dois pelo menos.