que se infiltrava em seu espírito desde a infância, devia recusar a esse homem a única retribuição possível de sua generosidade? Com que direito esmagaria o coração de um pai extremoso e de uma inocente menina que o amava, a ele?
Um dia Alice vendo-o pensativo na sala, revestiu-se de coragem e aproximou-se:
— Anda tão triste, Mário?
Essa doce voz entrou n'alma do mancebo como um bálsamo.
A linda menina esquecia-se de si, para ocupar-se dele unicamente:
— Não sou eu só, Alice! disse o moço tomando-lhe a mão afetuosamente. Vim perturbar a serenidade de sua alma e fanar as flores da existência que lhe corria tão feliz aqui neste retiro, no seio de sua família.
Duas vezes o mancebo passou a mão pela fronte, como se tentasse arrancar uma obsessão que lhe constringia o cérebro e murmurou:
— Fatal destino o meu! Trazer consigo o anátema de suas mais caras esperanças! Revoltar-se contra a felicidade que lhe sorri, como o anjo decaído