Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/237

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medo de morrer, e não me sacrifiquei por um amigo, ou antes um irmão. Para não perdê-la, calei-me, conservando o que não me pertencia.

A vergonha do crime fez o resto.

A morte de seu pai, tenho-a expiado severamente durante estes longos anos que são passados. Sua riqueza, quando Deus me concedeu uma filha, eu jurei restituir-lha pela mão inocente e pura de Alice.

Esse casamento, que foi o meu sonho de esperança e era a promessa de perdão, minha vida tornava-o impossível.

Destrua-se o obstáculo.

O crime vai ser reparado e o réu punido. Envio-lhe com esta meu testamento feito há 16 anos, e a minha escrituração particular; com esses documentos poderá reclamar sem contestação a riqueza que lhe pertence.

E agora não é um homem rico e poderoso quem oferece ao moço desprotegido a mão de sua filha; é o infeliz, que do seio da eternidade, implora de seu juiz a felicidade de uma pobre órfã desvalida.