Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/239

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Pôs-se a lua, deixando o ermo na densa escuridão de uma noite vaporenta.

A labareda, alimentada pelos papéis que Mário lançara no brasido, estirava-se pela porta da cabana fora, como a língua na fauce de uma serpente de fogo, e ia lamber com o vermelho reflexo, lá embaixo, a várzea derramada ao sopé do rochedo.

De cima, ao rápido lampejo, descobria Benedito, à sombra do tronco do ipê o vulto de Mário, com os braços cruzados e a cabeça derrubada ao peito, diante da sepultura do pai. Embora não pudesse compreender com o espírito o que pensava o mancebo, o negro velho tinha uma vaga intuição.