— Prove um... este que há de estar excelente. Como eu fazia quando era criança, que repartia sempre com você e lhe guardava metade de tudo quanto me davam. Lembra-se!... E assim me parecia mais gostoso... como agora! Nunca vi um figo tão saboroso; experimente!... Então?
Mário, que ficara com a banda do figo na mão, levou-a automaticamente aos lábios; mas o que lhe pareceu realmente saboroso, foi o veludo encarnado daquela face e o mel daquele sorriso, muito mais fino do que não era o da polpa vermelha da fruta.
— Esta figueira não é de seu tempo: foi plantada muito depois.
— Mas havia outras, pois eu me lembro que me divertia em rasgar os sacos, para deixar os passarinhos beliscarem os figos mais bonitos! Que perverso!
— E eu lhe ajudava para carregar com metade da culpa, acrescentou Alice rindo-se. A menina tinha acabado sua colheita; e estava com as duas mãos tão cheias, que para amparar as frutas, as encostava graciosamente ao seio.