Página:O abolicionismo (1883).djvu/252

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jornal do sul da União americana, “é olhar para o Brasil como a segunda grande potência escravocrata. Um tratado de comércio e aliança com o Brasil conferir-nos-á o domínio sobre o golfo do México e os estados que ele banha, juntamente com as ilhas; e a consequência disto colocará a escravidão africana fora do alcance do fanatismo no interior ou no estrangeiro. Esses dois grandes países de escravos devem proteger e fortificar os seus interesses comuns... Nós podemos não só preservar a escravidão doméstica, mas também desafiar o poder do mundo...” [1]

Esse sonho de união e aliança escravagista desfez-se nas sucessivas batalhas que impediram a formação de um grande e poderoso Estado americano criado para perpetuar e estender pela América toda o cativeiro das raças africanas. Mas o Brasil continua a ser aos olhos do continente o tipo da nação de escravos, o representante de uma forma social rudimentar, opressiva e antiga. Até quando será esse o nosso renome e teremos em nossos portos esse sinal de peste que afasta os imigrantes para os Estados que procuram competir conosco?

O nosso país foi visitado e estudado por homens de ciência. O maior de todos eles, Charles Darwin (mais de uma vez tenho feito uso desse exemplo), não achou outras palavras com que despedir-se de uma

  1. The Southern Standard, citado na conferência sobre A condição da América, de Theodore Parker (1854).