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Página:O bobo (1910).djvu/193

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Egas ser-te-á amigo, irmão, servo...

— Que nome saiu da tua boca?! - bradou o aragonês com olhos subitamente acesos de furor. - Irmão! amigo! Amaldiçoada a hora em que entre nós se dissessem essas infernais palavras! Cuidas tu que o amar-te, a ponto de renegar da minha alma, da minha perpétua felicidade, é não o detestar a ele?...

Aqui, apertando com força o braço de Dulce e fazendo-a erguer, continuou com voz presa:

— Olha, Dulce, amanhã... Mas não!... Se a sua vida for assaz larga para te possuir... e essa vida provará talvez que ele é um covarde... dize-lhe que se algum dia duas hostes estiverem frente a frente em lide ou arrancada, e eu for em uma e ele noutra, que fuja do sítio onde vir esvoaçar o balção de Garcia Bermudes... Que fuja! porque há aí uma espada que tem sede do seu sangue; porque há aí lábios que lho beberiam; porque bate aí impetuoso o coração de um seu inimigo mortal! E dize-lhe mais... que este inimigo sou eu! dize-lhe que não há sobre a Terra um lugar onde caibam ele, eu, e o meu ódio!

Proferindo estas palavras, o gesto do cavaleiro estava demudado. Afastou de si a donzela