a Guimarães, mas nem já, provavelmente, a entrada era fácil, nem ele podia deixar de se dirigir ao arraial do infante a dar conta da missão de que se encarregara. Assim, posto que vivamente inquieto, cavalgou de novo, e breve se achou fora da extensa selva que naquela época se estendia ao norte de Guimarães.
Enquanto neste famoso castelo e no seu burgo se passavam os acontecimentos cuja narração procurámos fazer ao leitor nos antecedentes capítulos, o fogo da revolta estendia-se largamente por quase todos os distritos do condado de Portugal. O campo de Afonso Henriques aumentava diariamente com as bandeiras das beetrias e concelhos, com os homens de armas dos coutos e honras dos mais ilustres ricos-homens, e com muitos alcaides de castelos do próprio infantático ou regalengo de D. Teresa. Assim, ao passo que o conde Fernando Peres chamava os cavaleiros de Galiza e das outras províncias de Espanha para se defender, a guerra ia mudando o seu carácter de luta civil em luta de independência, e fazendo que o espírito de individualidade nacional se desenvolvesse e fortificasse.
A pouco mais de três léguas de Guimarães, Egas encontrou os esculcas e almogaures de