Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/322

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Joaquim José Luís de Sousa amainar as iras daquela gente; e ser­vindo-se da intervenção pastoral do reverendo bispo de Pernambu­co, chamar ao grêmio da igreja e da sociedade, em novembro de 1835, aqueles homens quase selvagens, conseguindo pelo poder e auxílio da persuasão o que não tinha podido alcançar pelo poder da força."



É de todo o ponto justo e procedente o juízo que expressei no último capitulo desta história a respeito de Maurício de Nassau, a ninguém segundo no gênio criador, no grande senso administra­tivo, e no amor da justiça e liberdade regrada.

"Durante este ano (1637) — diz José de Vasconcelos nas suas Datas Célebres — consolidou-se o domínio holandês no Brasil, em virtude das sábias medidas tomadas pelo conde de Nassau."

Vasconcelos dá em substância essas medidas, nas páginas 180 e 181 da sua obra, e não só por elas, mas pelo muito que dessa data em diante pôs em prática em todos os ramos do público serviço, vê-se que Maurício de Nassau tomara de siso o papel de administrador, e era o homem fadado para governar esse povo já então grande.

Quando em Pernambuco se achar de todo feita a luz para que estão trabalhando, entre outros, José de Vasconcelos, com seus es­tudos históricos, e o Dr. Jose Higino Duarte Pereira com a tradução de obras holandesas do merecimento do Diário de Mateus van den Broeck, e da História da Companhia das Índias que já a ele se de­vem, ficará então bem evidente a obrigação de honra que tem Per­nambuco de estimar e acatar a memória dos holandeses que muito fizeram pelo seu bem e progresso assim material como moral.

Em 6 de maio de 1644, isto é, e sete anos depois de ter aporta­do na plaga pernambucana, fez Maurício entrega do