com a novidade do espectaculo e... catrapuz!
Dormi um longo somno. Quando acordei achava-me num quarto desconhecido, tendo na minha frente... o velho jogador de cambio que vira no banco — o professor Benson !
Foi grande a minha surpreza, e muito maior seria si uma horrivel dôr no meu braço direito me permittisse pensar em alguma cousa alem da lesão soffrida nesse appendice do eixo central do universo.
— Onde estou? murmurei, olhando muito espantado para o professor Benson.
— Em minha casa, respondeu elle. Um dos meus homens o encontrou sem sentidos no fundo de um despenhadeiro, ao lado de um Ford em pandarecos.
— O meu Ford em pandarecos ! Desgraçado que sou... gemi.
A dôr do braço offendido era grande, mas a minha dor moral muito maior. Creio até que entre perder aquelle carro e perder um braço, eu não vacillaria na escolha. Custara-me tanto a conseguil-o... E, além disso, dada a psychologia dos meus patrões, o certo era reduzirem-me o ordenado, já que eu voltaria a servil-os a pé, como outróra...
Tão negra noticia me sombreou de crépes a alma. Não podia conformar-me com o desastre. Delirei. Soube mais tarde, pelo professor, que nesse delirio uma obsessão unica