estava; antes de jantar, quando ele chegava, eu o esperava; e à tarde, ao escurecer.
CARLOTINHA – E nunca me disseste nada!
HENRIQUETA – Tinha vergonha. Hoje mesmo se não adivinhasses, se eu não me traísse.
CARLOTINHA – Deixa estar que hei de perguntar-lhe a razão disto.
HENRIQUETA – Eu te suplico! Não lhe digas nada. Para quê? Sofri dois meses, sofri como tu não fazes ideia. Uns versos sobretudo que ele me mandou fizeram-me chorar uma noite inteira.
CARLOTINHA – Mas por isso mesmo! Não quero que ele te faça chorar. Hei de obrigá-lo a ser para ti o mesmo que era.
HENRIQUETA – Agora... É impossível!
CARLOTINHA – Por quê?
HENRIQUETA – Não tenho coragem de dizer; e, entretanto, vim hoje só para dar-te parte e para... despedir-me desta casa.
CARLOTINHA – Vais fazer alguma viagem?
HENRIQUETA – Não, mas vou... (Ouve-se subir a escada.)
CARLOTINHA – É ele! É