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Página:O ermitão do Muquem (1864).djvu/111

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coração da onça, quando cheio de pasmo dá com os olhos em um guerreiro, que em pé sobre a esplanada exterior da furna a uns dez passos de distância por detrás da fera, igualmente de arco encurvado também a encarava com assombro, e parecia como que a sua sombra ou o reflexo de sua figura. Era Inimá, que seguido de alguns companheiros perseguia aquela onça e de flecha feita igualmente fazia a mira... contra ele ou contra a fera, que se interpunha entre os dois na mesma direção? Não o pôde saber Itajiba, que em seu assombro esqueceu a fera, que diante dele rugia apresentando as presas ameaçadoras e agitando a comprida cauda a estorcer-se e bater-lhe os flancos como uma jararaca enfurecida. Tendo em frente dois inimigos igualmente ferozes como que hesitava em qual dos dois empregaria o primeiro tiro e aguardava o que primeiro atacasse. Inimá porém, que entre as sombras da gruta entrevira Guaraciaba, espumava e batia os dentes de furor, e na sofreguidão de sua cólera com tal fúria esticou o arco, que este partiu em suas mãos, e a flecha caiu-lhe inerte aos pés. A este rumor a onça, cujos olhos até então estavam constantemente fixos em Itajiba, volta-se rapidamente, em dois pulos se precipita sobre Inimá, tomba-o de costas, calca-lhe o peito com as enormes patas, e apresenta aos cães, que começam a assaltá-la, a boca escancarada guarnecida de buídos dentes, à semelhança de um riso de feroz escárnio. Os