murmurando palavras sagradas, entregou o vaso a Itajiba, que bebeu o resto da água nele contida. Era esta a cerimônia usada para a adoção de um estrangeiro na tribo dos Chavantes. Desde aquele momento Itajiba deixava de ser um estrangeiro para aqueles selvagens; era um irmão de mais, que para sempre associava-se ao destino dessa nação, quer na fortuna, quer na desgraça. Finda a cerimônia, Oriçanga subiu por um dos lados do estrado e Guaraciaba por outro à presença de Itajiba; aquele entregou-lhe nas mãos um rico tacape, guarnecido de primorosos ornatos, emblema do valor; ao mesmo tempo que esta, resplandecente de amor e de beleza, lhe colocara na fronte uma coroa entretecida por suas próprias mãos de palmas e flores silvestres, símbolo da vitória.
Uma grita imensa ecoando pelas ribanceiras reboou largo tempo pelas selvas acordando as feras em seus antros e os sucuris nos abismos das águas, aclamou aquela brilhante solenidade. A noite descendo sobre aquela grandiosa cena veio ainda realçá-la dando-lhe um aspecto quase fantástico de selvática majestade. Ao descer das trevas as filas dos guerreiros postadas ao longo da praia empunharam brandões acesos, cujos clarões refletindo-se no veio trêmulo das águas repetiam a cena de um modo deslumbrante, e desenhavam os selvagens como falanges de espectros negros a brandir espadas de fogo. Enfim