as prodigiosas curas que tinham sido operadas pela intercessão da milagrosa Santa, deram em breve tempo extraordinária voga às romarias ou peregrinações ao Muquém. A quinze de Agosto, dia em que se celebra a festa da Santa, uma imensa multidão, que acudia de todos os ângulos da capitania de Goiás e mesmo das capitanias vizinhas, vinha reunir-se em torno da capelinha do Muquém, e depor aos pés da Virgem, em cumprimento de promessas, piedosas oferendas e valiosos donativos. Nessa quadra as mal trilhadas e solitárias sendas, que dos diversos pontos da província conduzem à isolada ermida, viam-se apinhadas de viandantes de todas as classes, sexos e idades, que iam em devota romaria cumprir suas promessas levando preciosos presentes em dinheiro, escravos, gado, animais, objetos de ouro e prata, cera, paramentos, alfaias e mil outras coisas, com que ornavam e enriqueciam o santuário da miraculosa Virgem. Nessas estradas encontravam-se então a cada passo tropas e carros atulhados de víveres e efeitos de toda a espécie, numerosas cavalgatas, que lá iam em ruidosa e alegre comitiva, caravanas de homens e mulheres a pé conduzindo crianças e bagagens, ou acompanhando vagarosamente um carro puxado a bois, que com seu monótono chiar lá ia em lentas jornadas atravessando os chapadões.
Quem ignorasse o motivo desse movimento, julgaria