Os trusts estão ao par de tudo neste nosso maravilhoso país. Sabem que o lavrador colhe café e o Governo o queima aos milhões de sacas, para manter o “equilibrio estatistico” — coisa que ninguem percebe o que é, nem trata de perceber. O brasileiro impressiona-se profundamente com o que não percebe. “Economia dirigida”, por exemplo, Ninguem entende isso — e porisso mesmo a “economia dirigida” do Ministerio da Agricultura vai fazendo carreira. Depois de haver demonstrado, da maneira mais absoluta, a sua inepcia para dirigir com eficiencia as coisas mais elementares, como seja uma estrada de ferro, o Governo arregaça as mangas para “fazer economia dirigida”, isto é, transformar a complexa economia da nação numa vasta Central do Brasil.
Os trusts sabem de tudo e sorriem lá entre si. Sabem que a partir de 1930 o brasileiro cada vez menos se utiliza do cerebro para pensar, como fazem todos os povos. Sabem que os nossos estadistas dos ultimos tempos positivamente pensam com outros orgãos que não o cerebro — com o cal- canhar, com o cotovelo, com certos pendurucalhos — raramente com os miolos. Daí o desmantelo cada vez maior da administração publica; daí a bancarrota, a miseria horrível do povo. A miseria é tanta em certas zonas que a grande massa da população rural já está perdendo a forma humana. Ha povoados inteiros de papudos — e aqui e ali surgem as primeiras criaturas de rabo. In-