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Página:O escândalo do petroleo.pdf/68

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Monteiro Lobato

A camorra federal agita-se. Que maçada! Aquela peste do poço S. João podia dar panos para as mangas e estragar os negocios da Standard Oil no Brasil. Era urgente um golpe decisivo contra o perigoso Edson. Repetir em Alagoas o golpe de Fleury da Rocha contra a Companhia Petroleos do Brasil, de S. Paulo. E começam no Departamento os cochichos.

Osman Loureiro, entusiasmado com o que vira em Riacho Doce, manda ao ministro da agricultura um telegrama em que conta o auspiciosissimo fato e pede amparo tecnico; o Departamento que enviasse para lá seus grandes geologos e engenheiros petroliferos afim de auxiliar o partejamento do petroleo.

Fleury olha. Entre os parteiros do serviço federal havia um, mestre em abortos de poços: Bourdot Dutra. Graças á sua pericia, o Departamento abortara o poço do Tucum, em S. Paulo, o infame poço que tivera o topete de dar gaz e os primeiros galões de otimo petroleo ainda revelados no Brasil. Fleury piscou o olhinho. “Vai, Bourdot, ajudar aquela gente. Você sabe o jogo”. E lá seguiu mestre Bourdot.

Grande alegria em Maceió quando o parteiro desembarca.

Daquela feita o petroleo saia mesmo. Mas em vez de puxar o forceps, Bourdot saca do bolso um