Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/38

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ESTÊVÃO – Não me lembre essas doces reminiscências, Constança, que me tira a coragem de confessar-lhe tudo! É para vivermos juntos, sempre; para nunca mais nos separarmos, que vou deixá-la.

CONSTANÇA – Meu Deus. Quer deixar-me, Estêvão? Oh! compreendo!... Já não me ama, e como sabe que para mim perdê-lo seria morrer, consola-me com essa tênue esperança de um futuro que não se deve realizar!

ESTÊVÃO – Ofende-me cruelmente com essa suspeita injusta!... Se fosse possível que um dia deixasse de amá-la, tenho bastante lealdade para confessá-lo e pedir meu perdão. Mas creio que isto não é possível, e que mil vidas que tivesse não saciariam esse prazer de adorá-la, de rever a minha alma, em seus olhos...

CONSTANÇA – E vai deixar-me!... E vai partir!...

ESTÊVÃO – Sim! Porque a amo, porque sua inocência é para mim tão sagrada, tão pura, que eu temo ofendê-la com uma afeição criminosa.

CONSTANÇA – Não sei o que quer dizer, Estêvão! Para mim a