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O bom marido
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A creadinha veio nesse momento chamal-os para o jantar. A' mesa Théo proseguiu na lamuria, alternando imprecações com garfadas.

— Não me conformo! Não me sujeito! Pensas que não tenho brio, Izabel? Como me conheces pouco ainda! Passa-me o arroz...

— Izabel acalmava-o.

— Tolice. Todo o mundo trabalha. A mulher do Pecegueiro, não está a leccionar depois de velha? O marido perdeu o emprego e ella agora é quem... Coma deste bolinho, que está muito bom.

— Sim, mas alli o caso é differente. Elle perdeu o emprego, mas logo arranja outro. Tem sorte, tem a protecção de todo o mundo. Cerveja!... Isto é então um banquete?

— Natural. Quiz fazer-te surpreza dupla: nomeação e jantarzinho melhor.

— Nomeação! Não pronuncies tal palavra, Izabel, que me offendes sem querer. Hamburgueza? Porque não compraste Brahma? Gosto mais da Brahma.

Houve sobremesa e Théo repetiu o papo-de-anjo.