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Tragedia de um capão de pintos
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co-Réco. Seres privilegiados, libertos da disciplina commum do gallinheiro, tornaram-se logo as creaturinhas mais populares daquelle pequeno mundo. Viviam soltos, sem lei nem grei, como bohemios errantes, encontradiços por toda a parte — nos chiqueiros, nos pastos, ao pé das tulhas, á porta das cozinhas, onde quer que houvesse fartura de milho, siriris e quiréras.

Havia na fazenda outros animaes populares. Havia a Russa, mulinha de carroça bastante velha e proxima da aposentadoria. Só trabalhava em serviços leves de terreiro, puxando a "carrocinha de dentro". Pertencera á tropa, transportara muito café para a cidade, sempre com carga de oito arrobas, façanha de que, com saudades, se recordava agora.

Entre as vaccas era a Princeza a mais popular. Vacca de estimação. Enriquecera a fazenda de numerosos filhos, entre os quaes o possante Beethoven, agora pastor do rebanho. Dera ainda a Rosita, leiteira de truz, fiel á estirpe e certa nas doze garrafas. E quantas outras crías que já andavam por sua vez de bezerrinho novo, ou na canga a puxar