Lá estava no balcão o judeu mulato, com sua barbicha de bóde, os oculos de latão, o gorro sebento.
Não morrera, o aranho; apesar de estrangulado na novella de Ribeiro Couto, passava muito bem de saude, o infame.
Era elle mesmo!
Naquelle momento cheirava o lombo de um livro que um novo estudante Baptista lhe offerecera.
Emquanto negociavam, puz-me a espreital-o disfarçadamente.
Exactinho! Couto photographara-o com objectiva Zeiss. Até a voz...
— Hum! hum! fungou, depois de lido o titulo. Oscar Wilde... Isto não se vende, já passou da moda. Tenho ahi carradas. “Dorian Gray”... A peior coisa que elle escreveu...
— Mas quanto offerece? indagou o estudante, desapontado e aborrecido de tantas micagens.
— Por ser freguez, dou-lhe sete tostões. E lamba as unhas, que hoje me pegou de veia!