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O MANDARIM
radamente ás crinas, arquejando, com a lingua de fóra, o sangue a gottejar da orelha, vou despedido n’uma desfilada furiosa ao longo d’uma rua negra... De repente vejo diante de mim a muralha, um bastião, a porta da villa fechada!
Então, allucinado, sentindo atraz rugir a turba, abandonado de todo o soccorro humano — precisei de Deus! Acreditei n’elle, gritei-lhe que me salvasse; e o meu espirito ia tumultuosamente arrebatando, para lhe offerecer, fragmentos de orações, de Salve-Rainhas, que ainda me jaziam no fundo da memoria... Voltei-me sobre a anca do potro: d’uma esquina ao longe surgiu um fogacho de tochas: era a corja!... Larguei de golpe ao comprido da alta muralha que corria ao meu lado como uma vasta fita negra