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O MANDARIM
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Os dias passaram. As primeiras neves alvejaram nas montanhas septentrionaes da Manchouria: e eu occapava-me a caçar a gazella pela Terra das Hervas... Horas energicas e fortemente vívidas, as d’essas manhãs, quando eu largava á desfilada, no grande ar agreste da planicie, entre os monteadores mongolicos que, com um grito ululado e vibrante, batiam o mattagal á lançada! Por vezes, uma gazella saltava: e, d’orelha baixa, estirada e fina, partia no fio do vento... Soltavamos o falcão que voava sobre ella, d’aza serena, dando-lhe a espaços regulares, com toda a força do bico recurvo, uma picada viva no craneo. E iamol-a abater, por fim, á beira d’alguma agua morta, coberta de nenuphares... Então os cães negros da Tartaria amontoavam-se-lhe sobre o ventre, e, com as patas no sangue, iam-