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Página:O mandarim (1889).djvu/57

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O MANDARIM
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Muito tempo rolei assim pela cidade, bestialisado n’um gozo de Nababo.

Subitamente um brusco appetite de gastar, de dissipar oiro, veio-me enfunar o peito como uma rajada que incha uma véla.

— Pára, animal! — berrei, ao cocheiro.

A parelha estacou. Procurei em redor com a palpebra meio cerrada alguma coisa cara a comprar — joia de rainha ou consciencia de estadista: nada vi; precipitei-me então para um estanco:

— Charutos! de tostão! de cruzado! Mais caros! de dez tostões!

— Quantos?... — perguntou servilmente o homem.

— Todos! — respondi com brutalidade.

Á porta, uma pobre toda de luto, com o filho encolhido ao seio, estendeu-