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Página:O mandarim (1889).djvu/65

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O MANDARIM
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agua um tom opaco de leite: depois pagens tenros, de mão macia, friccionavam-me com o ceremonial de quem celebra um culto: e embrulhado n’um robe-de-chambre de sêda da India, através da galeria, dando aqui e além um olhar aos meus Fortunys e aos meus Corots, entre alas silenciosas de lacaios, dirigia-me ao bife á ingleza, servido em Sèvres azul e oiro.

O resto da manhã, se havia calor, passava-o sobre coxins de setim côr de perola, n’um boudoir em que a mobilia era de porcelana fina de Dresde e as flôres faziam um jardim d’Armida; ahi, saboreava o Diario de Noticias, emquanto lindas raparigas vestidas á japoneza refrescavam o ar, agitando leques de plumas.

De tarde ia dar uma volta a pé, até ao Pote das Almas: era a hora mais pe-