Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/126

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respondendo com demonstrações de pouco caso.

Eis o que aconteceu um dia em que se achou com Francisco em casa de Victorino, por ocasião de uma arranca de feijão.

Os dois dias anteriores tinham sido empregados neste serviço. Em frente da casa viam-se os couros estendidos sobre os quais Victorino, a mulher, as filhas, e seu sobrinho Saturnino tinham atirado a erva trazida às braçadas da plantação.

Com três tigelas de feijão mulatinho, uma do feijão branco e outra do preto que Victorino plantara pela várzea que ficava do lado da casa e pelos pés dos altos que do outro lado a cercavam, esperava ele apanhar tantos alqueires que lhe dessem para todo o ano. Parece que o calculo não ficou longe da realidade, visto que no serviço da arranca andaram empregados durante dois dias todos aqueles braços.

Ao dar com os olhos sobre os grandes montes de vagens e ramas atiradas em cima dos couros, disse Francisco:

— Sempre cuidei que eu bateria primeiro o meu feijão do que você o seu, compadre Victorino. Vejo agora que me enganei.