Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/15

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Neste particular, o de ser largo e opulento mercado de armas malfazejas, talvez Pasmado só possa contar em todo o império brasileiro uma rival — a côrte do sobredito império, na qual a navalha do capoeira disputa a primazia, em gênero, numero e caso, à faca do matuto do norte. A côrte e a província neste ponto cortam-se bem. Uma não tem que falar da outra. No que Pasmado se parece com todos os velhos povos, é em ter casas esburacadas; entulhos e matos pelo meio das ruas; aqui uma baixa, ali um barreiro, onde, de inverno, coaxam os sapos dia e noite, respondendo à vozeria desentoada dos seus semelhantes que moram nas moitas formadas por dentro dos largos, sem licença nem proibição da municipalidade. A rua mais pública e principal da povoação é aquela por onde corre a própria estrada. Perto ficam os olhos-d’água nativa onde os moradores vão prover-se da de que precisam, quando não aparam, por sua comodidade, como costumam, em potes e gamelas a que cai das biqueiras da casa durante as chuvas. O certo é que, ou indo busca-la nas fontes ou aparando-a na porta da casa, não