Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/150

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O governador a que alude o cronista na passagem sobremencionada, era Sebastião de Castro Caldas. Não foi o primeiro que chegando a Pernambuco e deixando-se quase dirigir por seus conterrâneos mais exaltados na sua pretensão capital, representara a el-rei a favor da criação da vila. Antes dele já o tinham feito alguns outros, inclinados sempre a proteger os interesses dos seus patrícios. Nenhum, porém, o fizera com tão fortes razões como o novo governador, homem de grandes espíritos, de animo ousado e tão dado à pratica de ator de despotismo que o próprio rei lhe estranhará asperrissimamente, em data de 7 de outubro de 1709 o “Ter invadido a jurisdição dos ministros, soltado presos, mandado tirar devassas, suspendido no procedimento dele despoticamente, abusado das regias leis e provisões e cometido outros absurdos e excessos de grande prejuízo à boa igualdade da razão e em grande dano da justiça dos povos de Pernambuco.”

É fama que pouco tempo depois de haver entrado no exercício do seu cargo, um negociante lhe foi dizer (não se sabe se havia verdade ou enredo na historia do oficioso senhor) que alguns pernambucanos tinham