Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/168

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suas mãos, por isso que a todo canto a nobreza se está picando nos espinhos da traição, finalizo, rogando a Deus se sirva olhar por nós e por nossas famílias ameaçadas de toda sorte de calamidades, das quais a menos crua será a morte.

“ Olinda, 19 de junho de 1711. — André da Cunha.”

— Meus amigos — disse João da Cunha dobrando a carta e metendo-a em um dos escaninhos da secretaria — foi menos para tomardes parte no meu prazer do que na desgraça da pátria, que me pareceu mandar chamar-vos à minha casa. Estão consternadoras para nós — os pernambucanos — as coisas publicas. Comandada a força militar por Miguel Correa, Manoel Clemente, Euzebio de Oliveira e Antonio de Souza Marinho, mascates conhecidos como odientos por todos nós, aos filhos da terra não nos resta, a meu parecer, outro recurso que o de lançarmos mãos das armas. Devemos acudir com as nossas fabricas e moradores, ao lugar do perigo, e ai castigar a audácia dos rebeldes. Este recurso deve ser usado sem perda de tempo. Dar pancada mortal na cabeça da cobra peçonhenta.