Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/169

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Não obstante ser mais forte João da Cunha em preconceitos de fidalguia do que em eloquência, dote que vem do berço mas que a cultura acrescenta e apura, suas palavras ressoaram, como ecos de discurso divino, nos corações dos amigos.

Entre estes viam-se alguns que eram mais bem versados em letras e em orações incendiarias do que o sargento-mór.

Contava-se neste numero Cosme Bezerra dentre todos os que ali se achavam o mais ardente membro da nobreza, e o que, por sua força de vontade e grandeza de espirito, maior nome deixou nas crônicas do tempo, porque, degredado para a Índia em 1713, dai não voltou mais à sua pátria. Era juiz ordinário e capitão de ordenanças. Tinha a presença atrativa e gestos largos e arrebatados.

Cosme Bezerra, que foi dos primeiros que reagiram contra os mercadores, como dos que sofreram as conseqüências dessa reação, quis tomar a mão em seguida do sargento-mór; mas antecipou-se-lhe Manoel de Lacerda, ex-alcaide-mór; emprego que devera a seus longos e distintos méritos.

— Estou de acordo convosco, disse Lacerda a João da Cunha. Querem grande e rude