Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/18

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Da arma só aparecia o cabo, figurando a cabeça de uma serpente que tinha o restante do corpo oculto.

Já era noite, e dentro do rancho lançava crepuscular claridade o candeeiro de azeite, que pendia, por uma corda corrediça, de um dos caibros da coberta.

Alguns dos rancheiros estavam com as mangas arregaçadas como se foram prestes para entrar em pugilato de vida e morte.

E de feito não era de outro gênero o mister ou a luta que os ajuntara ali, uns de pé, outros inclinados sobre a barriga, todos com as vistas concentradas na superfície do fardo, onde uma taboa se pusera para servir de base a dois braços diferentes que nesse momento se alçaram e logo após se uniram pelas mãos, ficando firmes sobre os cotovelos. Um dos pegadores da queda-de-braço chamava-se Manoel Francisco; o outro era o Victorino. A queda-de-braço era já nesse tempo em grande uso entre os almocreves do norte.

Manoel Francisco era acaboclado, feio, baixo, grosso e reforçado; Victorino procedia de mulata e mameluco, era seco,, nervoso e de semblante bem assombrado.

— Sustenta o motivo, Mané Francisco, senão