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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/17

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animaes alguns passos de distancia, comendo si havia o que, ou estudando como muitas vezes acontecia. O dono da garapeira, responsavel pela segurança dos animaes, fechava as portas do puchado quando via os rancheiros recolhidos, e só reapparecia ahi de madrugadinha para receber destes a respectiva paga. Muitas vezes, estava elle ainda deitado quando ouvia uma voz que lhe dizia:

— Aqui fica o dinheiro, seu Ignacio.

Era a voz do rancheiro, o qual punha por baixo da porta a quantia devida. Nunca nenhum se ausentou sem ter primeiro cumprido o seu dever, com a proverbial probidade do matuto e do sertanejo do norte.

No tocante ao traje, ver um dos matutos era o mesmo que ver os demais. Camisa por cima de ceroulas de algodão—eis o em que elle consistia.

Todos tinham os pés nús, e quasi todos por cima do cós das ceroulas o longo cinto de fio, cofre portatil onde traziam o dinheiro, terminando em cordões com bolotas nas pontas, os quaes serviam para dar muitas voltas em torno da cintura antes do laço final. Mettida entre o cinto e o cós guardava cada um sua faca de ponta presa pela orelha da bainha.