— Eu logo vi que tu ainda havias de andar por aqui. Porque diz vosmecê isso?
— Se não vais com muita pressa, dá-me cá uma palavra.
O negro parou à porta da casa.
—Senta-te nessa pedra que te quero dizer uma coisa.
— A pedra está muito quente eu oiço mesmo de pé o que tiver de me dizer. Pois olha; nessa pedra mesma esteve ele sentado, há pouquinho.
— Ó xentes! Ele quem, sinhá Marcelina?
— Anda cá. Pois tu não sabes quem podia ser? O Pedro de Lima.
— Seu Pedro de Lima?! perguntou o negro subitamente alterado. Ó xentes! Seu Pedro de Lima!
— Então, ele não andou por estas beiradas ainda agorinha? Quererás negar?
— Ele andou, é verdade, respondeu Germano, entre aterrado e tremulo.
— E que coisas te disse ele?
— Pois vosmecê sabe o que ele me disse?
— Chega-te para perto de mim, que eu não te quero botar a perder, Germano.