Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/304

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— Sim. Não te lembras do que fiz quando, de volta do engenho, entrei em tua casa?

— Já me não lembro, seu padre.

— Pois lembro-me eu. chamei Lourenço para junto de mim, meti-o entre as minhas pernas e abracei-o . Ah! era a primeira vez que eu via meu filho. Seu filho! Pois Lourenço é seu filho, seu padre! exclamou a cabocla, fazendo gestos e meneios, que acusavam intenso e súbito prazer. Oh! meu Deus, como eu sou feliz!

As lagrimas saltavam dos olhos dela, mas não eram desacompanhadas; o padre também chorava.

— Feliz foi Lourenço, feliz fui eu, disse ele. se não foras tu, alma privilegiada, mãe perfeita, honra das mulheres, brilho do lar, se não foras tu, o que seria desse menino que vivia como animal imundo na povoação condenada? Mas... estou ouvindo o rumor de passos. É talvez Lourenço que se aproxima. Mudemos de assunto. Não te esqueças, Marcelina, do que me prometeste. Não reveles a ninguém a minha fealdade moral. Ninguém saberá o que vosmecê acaba de contar, menos Francisco. Francisco? Tens razão. A Francisco,