quando em sua casa fazia Antonio Coelho com Jeronimo Paes o computo das forças, que deviam no dia seguinte tomar Goiana, entrou na sala um pardo, escuro, corpulento, mal encarado, por nome Bartolomeu. Era o mestre de uma barcaça de Antonio Coelho, circunstancia a que talvez devia a particular confiança que nele tinham os principais negociantes da vila.
Ao parecer, sua chegada não era esperada, visto que deu lugar a revelarem surpresa, posto que agradável, os dois amigos.
— Já de volta, Bartolomeu! exclamou Antonio Coelho. Prósperos te foram os ventos.
— Cheguei há poucas horas, respondeu o barcaceiro.
— Então? Inquiriu Jeronimo Paes. Foste feliz na viagem? Chegaram ao Recife sem novidade os viveres que mandamos?
— Por força, respondeu Bartolomeu com segurança.
— É um herói, disse Coelho.
— Não foi sem perigo que cheguei ao meu destino. Da ilha tentaram cortar-me a marcha da embarcação. Mas eu fiz-me no largo com tão boa hora, que ainda me procuram supondo-me fora da barra, quando eu já fui e já aqui estou.