Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/338

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tempo desta historia viviam com certa folga de meios, que eqüivalia à abastança, ou melhor à independência. Além destes, já senhores de si, tinha Jeronimo em sua companhia a caçula, por nome Josefa. Em casa chamavam-lhe Zefinha.

Não era ela nem fei nem bonita, nem alta nam baixa, nem muito morena nem muito clara. Era um todo correto, proporcionado e como feito de propósito para existir justamente na burguesia. Tinha os cabelos corridos e acastanhados, os olhos pretos e algum tanto caídos, o sorriso engraçado, mas sem o colorido, sem o reflexo indefinível que acusa louras esperanças, sonhos purpurinos, anelos vagos mas não de todos cegos, férvido sentimento em quem o sorri.

Sua instrução era vulgar, e a falta dos conhecimentos morais, necessários à mulher por honra sua e segurança do lar que possa ser chamada pelo destino a formar mais tarde, ela a supria com o admirável bom senso e imensa brandura de coração, que a tornavam a primeira prenda da família.

A preocupação principal de Jeronimo Paes, depois de ver seus três filhos casados, vivendo cada um do seu negocio, era achar