Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/35

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sua faca que ele tinha metido entre as pontas de uma ripa, que vinha morrer no portal mais próximo, e em vez de ir no encalço do desconhecido quando este desapareceu por traz de um montão de cangalhas, rodeou por fora a garapeira, e correu ao seu encontro do lado da cavalariça na altura em que presumiu teria ele de sair.

Este não se fez esperar; e o matuto calculara com tanta exatidão a distancia que se metia entre se e ele, que foi inclinar-se ao pé da própria abertura do envaramento por onde em menos de um minuto o estranho visitante poz a cabeça de fora.

Cair-lhe então com as mãos sobre o pescoço, tendo a faca atravessada na boca, foi ação que Francisco obrou em um abrir e fechar d’olhos.

— Damião, Victorino, seu Ignacio, acudam cá sem demora, que o cabra está pegado, e bem pegado! gritou o matuto com quantas forças tinha em si.

Um tiro que se tivesse desfechado subitamente naquele ponto, não produziria tão grande arruido e sobressalto como a voz de Francisco alterada pelo inopinado do acontecimento e pelo esforço usado contra o desconhecido.