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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/377

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— Tem cuidado, Roberto, emquanto volto.

— Senhor sim. Não ha de acontecer nada.

Nesse momento, de um bando que passava pela frente do sobrado, partiu um grito insultuoso, que veiu ferir o senhor-de-engenho no coração:

— Morra o assassino! Morra a escopeteira!

João da Cunha, a modo de gelado de colera, mal pôde ir ter com os amigos que á porta da casa punham os pés nos estribos.

— Conhecestes aquella voz, sr. João? Perguntou lhe, já montado Cosme Bezerra, mal podendo conter a raiva, que o assaltara.

— Ha de ser de algum vendido ao dinheiro de Coelho ou de Paes.

— É a voz desse rábula infame, que imagina fundar em Goyanna uma republica atheniense.

— Quem? O Belchior?

— Elle mesmo, esse velhaco, essa pústula do fôro, que vive especialmente de promover a alforria dos negros dos engenhos por passar as unhas no magro cobre delles e fazer pirraça aos senhores. Ninguem ainda se inculcou tão amante da liberdade, tão independente, tão probo como elle: a verdade, porem, é que elle não passa de um saltimbanco audaz, um