Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/447

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a teve então, porque não a tivera nunca. No coração do jovem português havia o afeto generoso do amante, não os ardores animais do barregão.

Cortando pelas ruas exteriores, dando rodeios, atravessando becos desertos, Coelho chegou com a senhora-de-engenho ao embarcadouro. A Borboleta era a única embarcação surta no rio.

Como a revolta se concentrara, deste lado a vila aparecia quase deserta. O dia estava em seu começo, mas assim as casas de morada como as de negocio mostravam-se fechadas; e só por intervalos passavam pela frente delas os magotes que andavam exercitando o ignóbil oficio da rapina. Vamos embarcar, senhora — disse Coelho, descendo a margem, onde então se viam grandes mangues de basta e estendida folhagem.

— Embarcar? inquiriu a senhora-de-engenho, não sem surpresa. Embarcar para onde, Sr. Coelho?

— Senhora, o momento é grave, e não me dá lugar a refletir sobre a escolha do porto de salvamento. Correremos à mercê das águas e dos ventos, e, uma vez longe dos