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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/462

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o desbarato, as ruinas, que ahi deixára a horda sem freio.

Das portas algumas tinham sido arrancadas, outras postas por terra. Só as janellas estavam nos seus lugares.

Lourenço não pôde fugir de entrar, não obstante sua pressa em chegar á casa grande. O estado interior da habitação do almocreve não era mais animador do que o seu estado exterior. Tamborêtes, caixas de madeira, giráos de varas, potes, estavam despedaçados e destruidos. Lia-se ali só perversidade, porque nesses moveis e vasilhas ninguem suspeitava a existencia de objectos que podessem tentar a cobiça, e explicar até certo ponto a sua violação ou arrombamento.

— E para onde teriam fugido as mulheres? inquiriu de si para si o matuto.

Ao montar de novo, o espirito cheio de pezar e incertezas, lançou Lourenço as vistas casualmente ao chiqueiro onde Joaquina tinha o cevado, que devia dar uma fartadella á familia dia de S. Thomé. A sangueira, que cobria o chão desde o chiqueiro até á meia-agua de palha a cuja sombra as mulheres lavavam a sua roupa, fazia certo que o cevado passára pela execução capital antes do