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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/463

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dia aprazado, e que se tinham aproveitado delle, não a familia, que devia encher de alegrias, mas os salteadores e assassinos. O banco de lavar roupa coberto de sangue, e aos pés delle uns restos de palha queimada indicavam que alli mesmo se praticara o cruento sacrificio.

Triste e colerico ao mesmo tempo, Lourenço proseguiu o caminho.

Adiante appareceu-lhe a casa de Manoel das Dores, matuto muito pegado com Victorino, de quem se dizia contra-parente. Este sujeito era solteirão do lugar. Vivia muito mettido comsigo mesmo, e só uma vez ou outra surdia sem ser esperado em casa dos vizinhos.

Ainda de longe o rapaz reconheceu que por alli passára tambem o devastador soão. As portas, ás escancaras, deixavam á mostra a destruição effectuada dentro. Não havia ficado ahi pedra sobre pedra. Pela estreita sala viam-se espalhadas esteiras e roupas velhas. O chão fóra revolvido á ponta de espada ou de ferro-de-cova. Praticando assim, os salteadores deixavam manifesta a sua intenção. Tinham procurado dar com o mealheiro em que se dizia guardava o velho a pratinha que podia ajuntar.